XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO
ESPAÇO DO SER MAIS
VERSUS
ESPAÇO DO SER MENOS: CONSTATAÇÃO
DO QUE NÃO QUEREMOS PARA
CONSEGUIRMOS O QUE QUEREMOS
Samuel Crissandro Tavares Ferreira
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INTRODUÇÃO E OBJETIVO
O âmago da educação popular consiste no entendi-
mento de que o conhecimento não é uma ferramenta de
exclusão, ou de violência, coisa bem difícil de se fazer, prin-
cipalmente quando o conhecimento anda sendo mercado-
ria, ou ferramenta de destruição. Por vezes, o próprio co-
nhecimento que se desenvolve a partir das demandas das
populações, acabam sendo utilizados contra as mesmas.
Nesse viés, não há nada de muito diferente do processo de
colonização realizada na destruição de milhares de povos e
na pilhagem de suas múltiplas culturas por parte da Europa
a partir do século XV, e por isso, esse conhecimento tem se
chamado colonialidade (seu contraponto descolonialidade),
perspectiva que não explica tudo o que tem representado
esse momento de auge de destruição pelo capitalismo, mas
se coloca numa linha contra hegemônica de pensamento,
principalmente para os povos do Sul, da periferia do mundo,
ou para ser mais direto, América Latina, África e Ásia. De cer-
to modo a educação popular se configura com uma práxis,
um pensamento/reflexão não distante ou desconectado do
fazer, e por isso se torna um quefazer, e tem se estabeleci-
do principalmente na América Latina como uma forma de
“respirar” de seus povos, ou seja, em meio a um mar de cul-
tura dominante e que tentou e tenta apagar as identidades
culturais dos latino-americanos, tanto a educação popular
quanto a sua raiz, vem se colocando como contestadora,
objetivando que as mesmas populações possam olhar a si
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Licenciando em História. Universidade Federal do Rio Grande (FURG).
E-mail:
apocalipse5-5@hotmail.com