XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO
do Homem e do Cidadão. A autora apresenta talvez
a primeira contradição, e quem sabe uma das mais
relevantes, da revolução que bradava “igualdade,
fraternidade e liberdade”. (...) Olympe de Gouges
não se comportou conforme as atribuições que
lhes eram destinadas. Ela escrevia e publicava in-
tensamente, recusou tanto o nome paterno quanto
o do marido, e defendia as mulheres e os escravos.
E por todas essas posturas, de acordo com Scott,
foi acusada de viver “excessos da imaginação”; por
isso, em 1793, foi condenada à morte na guilhotina.
(MORETTI; EGGERT, 2017, p.46-47).
No trecho anterior, as pesquisadoras nos alertam
como as mulheres historicamente sofreram (e sofrem) para
se insurgirem, e não aceitando os papéis impostos por uma
cultura patriarcal, pagaram com suas vidas o preço da re-
beldia. Entende-se que o silenciamento das mulheres assim
como a violência contra as mesmas se deu até mesmo nos
ditos processos revolucionários e de “conquista de direitos”
por parte da humanidade, e assim, entendo que todo um si-
lenciamento se constituiu, ao passo em que essas estruturas
de violência prosseguiram dentro de nossa sociedade e se
estabeleceram como normais. Certamente que essas rela-
ções do patriarcado e do machismo é bem mais complexa e
se explica hoje com certas configurações sociais e culturais
que foram sendo moldadas na passagem para a civilização,
e sendo configuradas num tempo longínquo, se faz grande
força para que se pense que tal processo é natural. Enten-
do, com minhas limitações de homem e que faz parte dessa
sociedade machista, a necessidade como educador popular
de trazer espaços que discutam essas temáticas que são “ta-
bus”, que ninguém quer discutir e que se é secundarizada, e
como pesquisador, analisá-las nesse processo de investiga-
ção dentro da categoria de emancipação desses sujeitos. O
intuito, não é simplesmente de levar a discussão do feminis-
mo como uma luta a ser prescrita para as mulheres que não
conhecem o debate se associarem, não! Mas principalmente
para que mulheres e também os homens entendam um tan-
to da realidade do cotidiano das mulheres, e principalmente