XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS
O conceito de gênero nos apresenta as representa-
ções sociais que ainda predominam na contemporaneidade.
O uso dessa concepção consentiu no abandono da expli-
cação entre as diferenças existentes, os comportamentos e
lugares ocupados por homens e mulheres na sociedade. Tal
demonstração revela que muitos discursos docentes e/ou
institucionais estão recheados de moralidade e diálogo so-
bre as diferenças. As dificuldades em abordar esse assunto
no cotidiano escolar se encontram alicerçadas em barreiras
constituídas na exposição de ideias preponderantes, contri-
buindo para a perpetuação de práticas e significações este-
reotipadas e excludentes (MADUREIRA, 2007).
Tal exposição anterior volta-se para a teoria do pensar
certo, isto é, descobrir e entender o que está escondido nas
coisas e nos fatos que observamos, analisamos e vivencia-
mos (FREIRE, 2003). Constantemente, as diferenças de forma
de tratamento às pessoas, em relação ao seu nível social,
debruçam-se à negação do outro.
Entretanto, Freire (1996) nos leva a conscientização
de educar é também respeitar as diferenças sem discri-
minação, dado que esta é imoral – nega radicalmente a
democracia e fere a dignidade do ser humano – e qual-
quer forma de discriminação deve ser rejeitada. Contu-
do, a reflexão sobre a diversidade na escola é um processo
amplo que se situa no avanço de novos movimentos, que
impactam e enaltecem a diversidade nas relações de gêne-
ro. Balestrin (2007) verificou que as representações sociais
– presentes – focam na diversidade dos sujeitos. Trazer este
tema à discussão na escola é fundamental. Assim, como
afirma Sabat (2004, p. 98), “é precisamente a representação
que nos permite relacionar a educação com a produção de
identidades de gêneros”. Tanto as considerações a realizar
na escola quanto as de relações estabelecidas socialmente
nos exibem maneiras específicas sobre a feminilidade e a
masculinidade, apontando as formas “corretas” de relacio-
namento socialmente desejável, para uma convivência in-
tegrada na sociedade.