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1880

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

Larrosa (2017 p. 16) acredita “no poder das palavras, na for-

ça das palavras”. Crê na possibilidade de se fazer coisas com

elas e que as “palavras podem fazer coisas conosco”. Afirma

que as palavras definem o pensamento por se pensar com

palavras e não pela expertise da inteligência, pois pensar é

“dar sentido ao que somos e ao que nos acontece”.

Segundo Maturana (1994, pp. 10 a 15), os seres hu-

manos vivem amplamente imersos no mundo da linguagem

pelo fluir da

palavra.

A “palabra que viene del latín “con” que

quiere decir “junto con” y “versare”, que quiere decir “dar

vueltas alrededor de uma cosa”, es decir ir juntos, rondar en

compañia”

.

Por um lado, a linguagem permite o acesso ao

conhecimento, por outro lado, possibilita no falar o expres-

sar e transmitir a experiência e as intenções pela condição

de vida. A linguagem torna-se instrumento de coordenação

da organização das condutas de convivência humana, po-

dendo estar demarcando os ambientes e prováveis espaços

de aprendizagem. A linguagem tem a ver com todo o fa-

zer humano – experiência – entrelaçada pelos sentimentos.

Todo o viver humano ocorre por estabelecer redes de co-

municação, ou seja, pelo intercâmbio de

palavras

trocadas

no diálogo. Ao dialogar a linguagem manifesta na

palavra

a

união com o lado subjetivo da experiência, encarregando-se

por movimentar o conhecimento na construção de pontes

com o outro.

A contribuição de Larrosa e de Maturana, para a tese

de Freire, fundamenta o educar pela

palavra

, identificando

na subjetividade da experiência do indivíduo a relação com

o contexto. Tomam o movimento da

palavra

pela lingua-

gem, construída na teia do diálogo, diante da qual o indi-

víduo amplia a circunferência de conhecimento do mundo.

A consciência permite ao sujeito a naturalização da trans-

formação de si e do meio onde vive. A pedagogia da auto-

nomia de Freire objetiva emancipar o sujeito e não apenas

adaptá-lo para o mercado de trabalho. Portanto, o pensar

vai além do raciocinar, do calcular, do argumentar e do com-

preender, mas segue a linha por dar sentido ao que cada