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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
perar que a classe dominante desenvolvesse uma forma de
educação que efetivasse uma educação à classe dominada
considerando a capacidade de perceber criticamente as in-
justiças socais.
A complexificação social vigente acolhe situações
humanas mal (ou não) resolvidas, pelo passar do tempo e,
que aprofundam a estratificação da condição do indivíduos.
Exemplo disso está na lacuna histórica do analfabetismo
brasileiro que, no momento, atinge cerca de 11,8 milhões
de analfabetos. Segundo os dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística-IBGE a parcela representa 7,2% da
população brasileira, incluindo cidadãos desde os 15 anos
de idade. Nestes índices inserem-se, com maior concentra-
ção, as pessoas de faixa etária a partir dos 60 anos ou mais,
onde o indicador ultrapassa os 20%. Este fato traz à tona
uma questão atual, mas inserida na estruturação histórica da
educação do país, reafirmada no depoimento de um relato
de vida:
Uma pessoa [...] com 84 anos de idade, não fre-
quentou a escola porque seus pais não permitiram,
tornando-se analfabeta. Relata que as dificuldades
que enfrenta são por não saber ler e escrever, ter
que depender sempre de alguém e não poder ir ao
banco. Tem vontade de aprender a ler e escrever
em função de fazer muita falta nos dias de hoje,
mas falta-lhe apoio e coragem considerando que
não conseguiria mais acompanhar as aulas. Su-
gere que todos devam estudar e correr atrás dos
seus objetivos pois, sabe a falta que faz. (SILVEIRA;
LAUER, 2018. p. 03).
O relato de vida identifica o que Paulo Freire postu-
la ser o conhecimento pela
palavra
a chave para abrir as
porta da transformação do sujeito e do empoderamento
da experiência de vida de cada aluno: uma educação para
emancipar, que não abandone os indivíduos presos no mes-
mo lugar, que os liberte e torne capazes de compreender o
mundo sentindo-se parte dele pela
palavra
. Hoje, mais do
que nunca,
a palavra
torna-se fundamental para estar in-