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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
sociedade? Todas essas perguntas nos levam ao devido in-
centivo que cada um ou cada uma, teve ou não teve, desde
sua infância com a leitura.
A LEITURA NA VIDA DAS PESSOAS
Quando falamos de leitura, não nos referimos somen-
te só a leitura da palavra, como cita Paulo Freire, mas da “pa-
lavramundo”, que seria a leitura do que se vive, diariamente.
Como ele cita no livro, “A importância do ato de ler”:
[...] ao ir escrevendo o texto, ia “tomando distância”
dos diferentes momentos em que o ato de ler se
veio dando na minha experiência existencial. Pri-
meiro, a “leitura” do mundo, do pequeno mundo
em que me movia; depois, a leitura da palavra que
nem sempre, ao longo da minha escolarização, foi
a leitura da ‘palavramundo’. (FREIRE, 1993, pag.2)
Nos pequenos detalhes, desde a nossa infância,
somos leitores do mundo, da nossa vida, da nossa
cultura, do contexto que nos cerca. Desde aquela
brincadeira de roda com os amigos do bairro, até
as lembranças de cada pedacinho da casa em que
viveu na sua infância. As cores das paredes, o cheiro
do café passado, do pão assado, feito por alguém
de vínculo familiar. Os brinquedos favoritos, os bo-
linhos feitos com as mãos de terra molhada, a tex-
tura que ela tinha. Pensando na sua própria casa
na infância, lá tinha árvores? Você devia subir lá.
Elas eram altas, baixas, com folhas grandes e verdes
forte? Ou pequenas de um verde mais sem graça,
pode ser, muito provavelmente que elas mudas-
sem de cor durante o ano...Atrás dos seus olhos de
criança você lia isso, sem nem perceber. Os sabores!
Ahhh, os sabores são inesquecíveis, amargos? Do-
ces? A resistência a determinados alimentos, como,
balas ao invés de saladas. O primeiro aniversário
o qual a lembrança recorda, além das fotos. Você
teve? Faça a leitura dele. Quem estava lá? Como era
o bolo? Que cores tinham neste ambiente?
Isso se chama leitura do mundo, leitura do que se
vive, leitura da realidade. Na citação acima de Paulo Freire,