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1706

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

lando-se e se submetendo ao outro, tendo assim a cultura

do silêncio, ou seja, uma consciência de dependência, onde

o dominado precisa do dominador para ter voz, ou ser sua

voz. Nesse caso a interação ocorre de forma passiva, numa

educação bancaria, onde a única voz que tem consciência é

a do professor e apenas ele tem o conhecimento. ...a gente

percebe nos alunos depois, já maiores, que – quando são

convidados a participar, a atuar; quando algum professor

cria condições em sala de aula para que participem ativa-

mente - eles já foram de tal forma massacrados em termos

de espontaneidade, de impulso para a ação de aprender,

que praticamente começam a engatinhar na frente da gen-

te. [...] Isso a gente vê, muitas vezes, até na universidade...

(FREIRE, 2001, p.88). Nesse ambiente passivo a consciência

poderá ficar sempre na curiosidade ingênua, é necessário

mudar tal ambiente para que os sujeitos sejam levados à

conscientização, o que ...implica que se passe da esfera es-

pontânea de apreensão da realidade para uma esfera crítica

[...] homem assume um posicionamento epistemológico [...]

Quanto mais nos conscientizamos, mais “desvelamos” a rea-

lidade [...] Ela não pode existir fora da práxis, ou seja, fora

do ato “ação-reflexão”.

Ressalta-se, assim, que a interação

para Paulo Freire não pode ser de modo passivo, pois se as-

sim o for, a aprendizagem e a criticidade se desvanecem na

voz do outro, a voz do outro se torna a única verdade. Indo

contra esse ensino passivo, Freire propõe então a educa-

ção problematizadora, onde o sujeito torna-se ativo, ques-

tionador, curioso, partindo da curiosidade ingênua para a

epistemológica, tendo consciência daquilo que sabe e do

que quer saber, do que quer ser e que todos estão em um

inacabamento, em um processo contínuo de construção do

conhecimento de si mesmo.

LINGUAGEM, CIÊNCIA E DIÁLOGO: CONTRIBUIÇÕES DE

PAULO FREIRE

A partir do século XIX, ganham projeção os estudos

sobre a linguagem e sua importância para a ciência. Tais