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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
incorporando a categoria de classe social e mais tarde, des-
de as críticas bastante pertinentes de feministas estaduni-
denses (EGGERT, 2008), reconhecidas por Freire, também às
noções de gênero e etnia.
Efetivamente, a necessária articulação, em um para-
lelismo não sincrônico, entre as categorias classe, gênero e
etnia precisa dialogar com outras temáticas que, sobretudo
no âmbito educativo, tem destacada relevância: território,
geração e sexualidade, entre outras. Nesse sentido a noção
de totalidade (KOSIK, 1976) continua a ser indispensável aos
educadores críticos
A base da pedagogia freiriana é, sem dúvida, uma fon-
te de inspiração epistêmica e política fecunda, que aponta
claros desdobramentos metodológicos na operacionaliza-
ção da pedagogia da libertação, dentro de uma concepção
dialógica e dialética, e que foi inspiradora do trabalho aqui
sistematizado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É sempre um desafio realizar uma abordagem sobre
temáticas como das relações de gênero e sexualidade que
não ignore e nem faça pouco caso da estrutura social, eco-
nômica, cultural e do processo histórico, constituidor ele
próprio de sentido para a compreensão das temáticas
.
Sabemos que a compreensão dos direitos sexuais e
reprodutivos como direitos humanos implica sempre em
considerá-los como um campo de tensão e disputa sob um
contexto fortemente marcado pela assimetria das relações
de poder, em vários âmbitos.
As recentes investidas de grupos conservadores, ra-
cistas, machistas, sexistas e LGBTfóbicos, através de fun-
damentalistas religiosos e parlamentares identificados
com tais propostas impediram a aprovação de metas pro-
gressistas nos Planos Municipais e Estaduais de Educação,
impondo sua agenda em âmbito federal. A discussão da
questão de gênero é, por exemplo, um dos principais alvos
do
Escola sem Partido
. O termo “ideologia de gênero”, no