XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
do êxito com base em questões levantadas pela pesquisa.
No caso do III Ciclo, a partir da iniciativa na disciplina de
Filosofia, foram retomadas algumas das Falas Significativas
da Pesquisa Sócio-Antropológica e dos dados existentes em
torno da temática do Lazer, dada as características dos estu-
dantes dos oitavos anos e da existência de um trabalho pre-
liminar que apontara sua pertinência
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. Elas foram o ponto de
partida para o trabalho desenvolvido. Ei-las.
Falas Significativas da Pesquisa Socio Antropológica
(L0AZER)
1.“O lazer aqui é zero.”; 2. “A única coisa boa aqui
são os mercados”; 3. “O Pinheiro era para ter um
cinema, um teatro.”; 4.“Qualquer bailezinho já tem
uma briga.”; 5. “Não tem opções. A pracinha é cheia
de marginal, de maloqueiro”; 6.“O lazer é escasso
por que o dinheiro não dá”.; 7. “Meu lazer é fora da
Lomba”.; 8.
“Minha amiga foi estuprada no pi-
nheirinho...”; 9. “Hoje em dia, por causa da tecnolo-
gia, da violência, não saímos mais. Ficamos dentro
de casa, mexendo no celular.”
Tais falas foram apresentadas, problematizadas e dis-
cutidas com os estudantes, levando à identificação das con-
tradições presentes nas visões de mundo dos mesmos e
argumentos sobre a inexistência ou insuficiência de alterna-
tivas de lazer, esporte e cultura no contexto local
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. Questões
como o desconhecimento sobre a diversidade biológica e
sociocultural da Lomba do Pinheiro, dos equipamentos pú-
blicos existentes e em construção, além dos impactos cau-
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Em final de 2016, alguns de nós participamos do processo de mobilização
na escola e com representantes das turmas no Seminário da Juventude
da Lomba do Pinheiro, em promoção da Rede de Atendimento à Criança
e Adolescente – Lomba do Pinheiro, com apoio da SJDH – Secretaria de
Justiça e Direitos Humanos/RS; SMC, FASC, SMED/PMPA. Na oportunidade
nossa escola privilegiou, entre as opções existentes, a temática Relação
dos jovens com as fronteiras territoriais de cultura e lazer: e foi feito um
trabalho preparatório sobre a mesma (MELLO, CARDOSO, 2016b).
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Tivemos acesso também ao importante trabalho do Observatório da Cul-
tura, que mapeou os usos do tempo livre e práticas culturais dos porto-ale-
grenses, através de visitas a domicílio de 1.220 porto-alegrenses de ambos
os sexos, com idade a partir de 14 Anos nas 17 regiões da cidade (PMPA,
2015).