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EIXO 9 – PAULO FREIRE: POLÍTICAS PÚBLICAS E A GESTÃO EDUCACIONAL

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

desse modelo. Senso crítico, conscientização e autonomia

são exercícios de uma educação libertadora. Na educação

bancária temos ‘a sonoridade’ da palavra e não sua ‘força

transformadora’ (FREIRE, 1987, p. 57), de modo que se tem

um currículo fechado, estanque – alheio ao contexto – com

memorização de informações dadas pela figura de um pro-

fessor, cuja tarefa é encher os educandos de conteúdos,

matérias. São questões que historicamente se debate e se

tenta desconstituir na educação. Assim, o momento vivido

evidencia que as consequências0

são a longo prazo, deixando

verdades que são e serão afirmadas ao longo do tempo sem

criticidade e reflexão, como absolutas. Para nós, todavia, não

são e nunca serão inquestionáveis.

Propositadamente, esta é uma forma que os golpistas

e seus aliados encontraram para travar os avanços, espe-

cialmente pedagógicos, na educação, ou mesmo o acesso

à

ela. Tendemos à repetição, à domesticação, às manobras

de massas pelo escasso senso crítico desta proposta, pela

falta de sentido, de poder criativo e 0transformador – o que

muito interessa aos opressores. Aos oprimidos, substitui-se

a atuação política e histórica pe0la passividade. Deixa-se

que sejam dominados com toda a violência que o sistema

carrega.

O convite agora é de que possamos nos lançar à resis-

tência e à denúncia em todos os contextos possíveis, espe-

cialmente os escolares, tomando como referência a pedago-

gia problematizadora em seu sentido encarnado por Freire:

“enquanto a concepção ‘bancária’ dá ênfase à permanência,

a concepção problematizadora reforça a mudança” (1987,

p. 73). Permanecer observando passivamente o desenrolar

do contexto atual não nos é alternativa, ainda menos em

educação. Precisamos clamar, nos mover e unir ações: pela

manutenção dos fundos à Educação Básica de qualidade, às

Universidades Federais, aos Institutos Federais e às políticas

públicas especialmente aquelas direcionadas às minorias,

que historicamente tiveram seus direitos negados/oprimi-

dos/não representados. Por isso, talvez esse convite deva