XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 9 – PAULO FREIRE: POLÍTICAS PÚBLICAS E A GESTÃO EDUCACIONAL
aprova a PEC 55/2016, que se torna a Emenda Constitucional
95, congelando por 20 anos gastos (diríamos investimentos)
públicos. Congelando a educação, a autonomia recente que
vinha se firmando. Esfriou-se o sonho de toda uma geração
que está vindo aí.
Essa breve visualização do contexto é o ponto no qual
queremos deixar em evidência nosso sentimento: opressão.
Vigora, escancaradamente, a conjuntura de dominação, de
opressores e oprimidos: daqueles que podem contra os que
não podem, os que tem muito contra aqueles que nada tem,
em que o muito é dado para os que tem de sobra enquanto
é tirado/negado aos que nada/pouco tem. “Por isto é que,
para os opressores, o que vale é ter mais e cada vez mais,
à custa, inclusive, do ter menos ou do nada ter dos oprimi-
dos. Ser, para eles, é ter e ter como classe que tem” (FREIRE,
1987, p.46). Para não estarmos “coniventes com o regime
opressor” (FREIRE,1987, p. 51) é que escrevemos, lutamos e
refletimos.
Nestes movimentos de resistência e denúncia da reali-
dade atual, o XX Fórum de Estudos: Leituras de Paulo Freire
nos assegura espaços, agora, cada vez mais diminuídos. En-
tão, no “Legado e Presença de Paulo Freire no Rio Grande
do Sul” está claro que, o legado de Freire está vinculado
àquilo que deixou, material e imaterial, às gerações que as-
sim como muitos de nós, conhecem-no pela sua singular e
importante obra. De modo que sua presença é sentida-vivi-
da pela intensidade de suas palavras escritas, pelo entusias-
mo na transformação em um ser mais e, na esperança de
tempos melhores. O momento atual é semelhante ao vivido
por Freire e na sua leitura encontramos forças para nos ala-
vancar, nos dar fôlego para resistir e ousar-tentar-criar-lutar.
O desgoverno atual do Brasil vem permanentemente
apoderando-se de concepções bancárias e autoritárias no
que se refere à educação. Paulo Freire nos acompanha e au-
xilia nesta reflexão, principalmente quando define “a con-
cepção bancária da educação como instrumento de opres-
são” (1987, p.57). Há razões para o desgoverno se apropriar