XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
e injustiçada.” (1982, p.24). Conversando com Boff, entende-
-se que povo é uma categoria que “não existe previamente”,
ela ocorre por meio da articulação entre as pessoas que for-
mam comunidades organizadas, rompendo com a massifi-
cação, construindo projetos e adotando práticas que criem
consciência; Freire também aponta que povo, em seu sen-
tindo mais amplo, não tem ligação às classes dominantes e
sim com a classe popular (FREIRE, 2008).
Com base nas duas reflexões acerca de povo, pode-
-se afirmar que povo é formado por indivíduos advindos da
classe popular que se organizam e, a partir dessa articulação,
criam a conscientização. É nesse contexto que essa Igreja
latino-americana que faz opção pelas/os pobres se insere
por meio das pastorais sociais, servindo com uma mediação
para que os indivíduos passem de seres “coisificados”
4
para
sujeitos - sem uma posição assistencialista ou paternalista.
Nesse contexto, partindo da ideia de povo será feita
uma ponte com a juventude. Juventude é povo, também se
organiza, luta e reivindica direitos. Por isso, será utilizado o
exemplo da PJ
5
e como ela auxilia no processo de conscien-
tização das/os jovens. De acordo com o subsídio de estudo
“Somos Igreja Jovem”, a PJ é formada por “(...) jovens das
diversas realidades regionais do país, na maioria empobre-
cida” (SILVA; VIEIRA; SILVA, 2012, p.18). Além do mais, essas/
es jovens, povo, de diversas realidades, são formados por
outras/os jovens pois a pastoral é
da
juventude e não
à
ju-
ventude, isto é, há protagonismo juvenil, visto que são as/os
jovens que fazem a sua pastoral.
Isso posto, a juventude forma grupos, sonha
6
, enxer-
ga, ouve a própria realidade e assume o ato político de se
educar fora de espaços formais. Ao passo que se encontra
4
FREIRE, Paulo.
Educação como prática de liberdade:
a sociedade brasileira
em
transição. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 2011.
5
Não será aprofundado o histórico e outras abordagens explicativas sobre
a Pastoral da Juventude, contudo é possível visitar o Documento 85 da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
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“Sonhamos com uma juventude participativa, consciente, engajada e for-
mada, sabendo e conhecendo seu meio e sua realidade; (...)” (SILVA; VIEIRA;
SILVA, 2012, p.42).