XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
PAULO FREIRE ANTI-METAFÍSICO:
EXOTÉRICO E ESOTÉRICO
Sérgio Ricardo Silva Gacki
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Patricia Rosi Prohmann
2
A educação é um acontecer junto(s)! Educação é plural,
necessariamente, como nos ensina o Professor Silvio Gallo,
“um empreendimento coletivo”. Para educar precisamos ao
menos duas pessoas, fundamentalmente necessitamos do
encontro de subjetividades. Gallo usa Espinosa lembrando,
“há os bons encontros, que aumentam minha potência de
pensar e agir” – o que o filósofo chama de alegria – “e há
os maus encontros”, que diminuem minha potência de pen-
sar e agir – o que ele chama de tristeza. A educação pode
promover encontros alegres e encontros tristes, mas sempre
encontros.
Por esta razão, justifica o filósofo, o tema do outro é
um dos grandes problemas a serem pensados pela educa-
ção. Porém para responder a pergunta sobre a alteridade
na educação, para saber se de fato estamos falando no ou-
tro e na possibilidade de encontros, ou se estamos falando
do mesmo, e sempre da redução ao mesmo, portanto sem
qualquer possibilidade de encontro, busco um caminho di-
ferente quando trago Paulo Freire para o debate.
Minha reflexão propõe pensar Paulo Freire fora da
“zona metafísica”. Sem apelos a sínteses fantásticas com so-
fisticações retóricas referentes a um suposto salvacionismo
conscientizador. Sigo a linha de pensar um Freire liberto das
amarras e armadilhas da metafísica. Dialogando com a nova
reflexão platônica, proponho um Freire exotérico e um Freire
esotérico, onde podemos pensar “fora da caixa” imediatista
da metafísica. Educação popular e diálogo estão amarrados
como “projeto” e “modo de ser” da possibilidade de um vir-
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Professor Adjunto da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA.
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Aluna do Programa de Pós-Graduação em Educação – UFSM.