Table of Contents Table of Contents
Previous Page  47 / 638 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 47 / 638 Next Page
Page Background

47

VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT1: DINÂMICAS DE GÊNERO E ESTUDOS FEMINISTAS EM CONTEXTOS AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS

é possível identificar um padrão estético corporal,

contudo não definido racialmente. Na organiza-

ção dos eventos é possível encontrar mais pessoas

negras, identificadas pela vestimenta da camiseta

da escola e calça branca, que em geral ficavam

nas portarias, servindo às mesas ou ainda nos ba-

res; nos bastidores da limpeza, nos banheiros, es-

tão, na sua maioria, mulheres negras mais velhas.

Por meio das observações foi possível per-

ceber que a estrutura das escolas de samba é

marcada pela distribuição desigual de prestígio e

privilégios a partir da combinatória particular dos

marcadores sociais da diferença de gênero, raça

e classe social. Pode-se concluir que a cultura do

samba em Uruguaiana, cujas raízes estão assen-

tadas nas matrizes africanas, foi apropriada pela

classe social dominante branca, que ocupa o lu-

gar de comando das escolas de samba e o povo

negro foi relegado, por um lado, ao lugar de das

produções artísticas, como produtores das músi-

cas, da dança, do samba – do entretenimento de

maneira geral e, por outro, aos bastidores para o

trabalho invisível que sustenta o espetáculo, o que

remete à percepção de que há uma apropriação

da cultura negra, convertida em símbolo nacional

domesticado, ocultando uma dominação racial

(GIACOMINNI, 1994).

Palavras-chave:

Interseccionalidade, gênero,

raça, carnaval.

REFERÊNCIAS

BRAH, Avtar. Diferença, diversidade, diferencia-

ção

, Cadernos Pagu

(26), janeiro-junho

de 2006: p.329-376. Disponível em:

<http:// www.scielo.br/pdf/cpa/n26/30396.pdf>

.

Acessado em 15 de ago. 2018