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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT1: DINÂMICAS DE GÊNERO E ESTUDOS FEMINISTAS EM CONTEXTOS AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS

dentro dos próprios lares (SIPS, 2014). A violência

doméstica é socialmente reforçada e aceita por

muitos, pois agressões sempre partem de pessoas

que possuem uma relação de intimidade, o que

torna a denúncia muito difícil, colocando vidas

em risco, principalmente diante da complexidade

de dificuldades estruturais existentes nos órgãos de

apoio, bem como a falta de acolhida e atendi-

mentos não qualificados (AGÊNCIA PATRÍCIA GAL-

VÃO, 2017).

Diversos sentimentos construídos com base

em um histórico de submissão feminina como

medo, culpa, vergonha e a dependência eco-

nômica para a criação dos filhos também influen-

ciam na denúncia, além do risco de vida sofrido

pela denunciante. O papel de “mãe, a rainha do

lar” imposto às mulheres faz com que elas ponham

filhos e o bem-estar da família em primeiro lugar,

ignorando e tolerando situações violentas e abu-

sivas, pois os maridos ainda fornecem uma condi-

ção social melhor.

A violência doméstica está fortemente liga-

da a construção de papéis e funções determina-

das, que tornaram homens e mulheres diferentes

e impossibilitados de realizar funções diferentes

daquelas que são “culturalmente aceitas”. A Lei

Maria da Penha propõe que sejam tomadas diver-

sas abordagens para modificar as formas de ver

existentes na sociedade, porém o problema vai

para além desta questão, pois todos os dias diver-

sas mulheres são vítimas dos mais variados tipos de

agressão e correm risco de vida. Para proporcio-

nar uma assistência qualificada para elas é neces-

sário que atendimentos sejammais empáticos e se

estendam do auxílio à proteção, direcionados a

cada sujeito de forma humanizada.