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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT5: REPRESENTAÇÃO POLÍTICA, JUVENTUDE E GÊNERO
Partindo deste enfoque conceitual e consi-
derando a proposta do evento, o artigo destaca
as processualidades do midiativismo em
ENMSE
,
por meio de um estudo de caso com enfoque
midiático-comunicacional, em que se utilizam
técnicas de mapeamento online e observação
encoberta não participativa para a coleta de
dados. Para a leitura desse material, inspiramo-
-nos na análise semiológica proposta por Eliseo
Verón. Os atores sociais, por meio de distintas e
singulares estratégias discursivas, investem em in-
terações a fim de visibilizar suas ações, se conec-
tar com quem partilha desse mesmo espaço digi-
tal e produzir suas próprias interpretações acerca
do acontecimento.
A análise a ser apresentada divide-se em
duas etapas principais. Primeiro, uma leitura da
mobilização a partir do mapeamento da circula-
ção do acontecimento nos ambientes midiáticos.
Num segundo momento, foca-se na observação
de um grupo de Facebook denominado “Eu não
mereço ser estuprad@ [OFICIAL]”. A partir da ob-
servação e análise das publicações, chegamos a
algumas categorias que nos permitem inferir mo-
vimentos em relação à constituição da mobiliza-
ção e, sobretudo, em relação às formas de orga-
nização das participantes. O grupo passa a ser um
lugar de acolhimento, mas também pedagógico,
com o intuito de discutir temáticas feministas e arti-
cular ações. Aponta-se, portanto, algumas carac-
terísticas de um feminismo marcadamente juvenil
(ou seja, formado por integrantes jovens e que ti-
veram contato com o feminismo recentemente) e
digital.
A análise identifica que ações de midiati-
vismo digital são centrais para impulsionar a pro-