Table of Contents Table of Contents
Previous Page  245 / 638 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 245 / 638 Next Page
Page Background

245

VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT4: DIREITOS SEXUAIS E DIREITOS REPRODUTIVOS

O DEBATE LEGISLATIVO SOBRE O

ABORTO: UMA COMPARAÇÃO

ENTRE BRASIL E URUGUAI

Luis Gustavo Teixeira da Silva

Doutor em Ciência Política pela

Universidade de Brasília (UnB)

Professor do Departamento de Sociologia e

Política da Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

E-mail:

gustavoteixeira2519@gmail.com

.

A redemocratização nos países da América

Latina tornou possível, em maior ou menor medi-

da, a realização de debates públicos em torno

de temas até então censurados e circunscritos a

esfera das organizações da sociedade civil. Nes-

te cenário, sem a iminência de um ente repressor,

os movimentos sociais passaram a reivindicar suas

demandas ao Estado. Na esteira destes processos,

as mobilizações dos movimentos feministas conso-

lidaram sua agenda de pressão ao sistema políti-

co por autonomia e direitos sociais relacionados

às desigualdades de gênero (ROCHA; ROSTAG-

NOL; GUTIERREZ, 2009; BIROLI; MIGUEL, 2016).

O direito ao aborto está entre as principais

demandas dos movimentos feministas. Após a re-

democratização, esta agenda foi paulatinamente

inscrita no rol de discussões dos legislativos nacio-

nais, no entanto há variações significativas nomodo

como este debate repercutiu nas casas legislativas

de cada país. Em alguns casos houve avanços im-

portantes, mas em outros uma retração e oposição

às políticas em prol de sua ampliação. Diante deste

panorama, o objetivo deste texto é analisar e apre-

sentar os dados do debate sobre o aborto nos legis-

lativos nacionais do Brasil e do Uruguai.