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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT4: DIREITOS SEXUAIS E DIREITOS REPRODUTIVOS
“
NÃO É O MEU PARTO, É O PARTO
DELA!”: QUANDO NÃO EXISTEM
ESCOLHAS POSSÍVEIS PARA UM
NASCIMENTO RESPEITOSO
Aline Alves Veleda
(Universidade Federal de Ciências
da Saúde de Porto Alegre)
Tatiana Engel Gerhardt
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
RESUMO
: Este estudo teve como objetivo com-
preender a dinâmica de relações vivenciadas por
mulheres com os/as profissionais médicos/médicas
durante o pré-natal, em busca da escolha informa-
da sobre o parto e nascimento. Para tanto foi rea-
lizado um estudo etnográfico de abril a novembro
de 2014 na cidade de Porto Alegre, RS, com a parti-
cipação de oito mulheres gestantes, atendidas por
planos de saúde e que estavam com mais de 32
semanas de gestação. Os dados foram produzidos
por meio de observação participante, anotações
emdiário de campo e entrevistas semi-estruturadas,
as quais foram gravadas e transcritas na íntegra. O
processo analítico foi orientado pela antropologia
interpretativa, tendo como base o referencial teó-
rico sobre Cultura de
Clifford Geertz
. Escolhemos a
história de uma destas mulheres para analisarmos,
a de
Simone
, mulher-mãe cuja trajetória de “esco-
lha’ demonstra exatamente o vivido por todas as
mulheres que participaram desta pesquisa. Acom-
panhamos as mulheres em diversos momentos de
contato com profissionais obstetras, ginecologistas
e outros que possam ter sido envolvidos no cuida-
do pré-natal, tal como ecografista. Estes acompa-