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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
mundialmente e o impacto de sua pedagogia e concepção de
Educação, ainda tão contemporânea aos nossos dias.
Assim, a filosofia de Freire guia os trabalhos do meu
grupo da Universidade Federal do Rio Grande – FURG a con-
tinuar trabalhando e buscando espaços de fala e oportuni-
dades em que se possa propagar a pedagogia desse brilhan-
te brasileiro cujo trabalho é tão reconhecido mundialmente
e, por ocasiões, nem tanto em seu próprio país. Como Freire
(1967: p 43) explica que não existe educação fora das socie-
dades humanas e não há homem no vazio e reforça que seu
esforço educativo estabelecido ao decorrer de seu trabalho
-imensurável- tem e ainda terá validade e será pertinente
por um longo período de tempo, visto que ele é permeado
totalmente pelas condições da sociedade brasileira. Esta que
é uma sociedade dramaticamente contraditória e que tende
a travar embates com seus próprios filhos.
A obra deste filósofo embasa nosso trabalho porque
é um desafio e uma tentativa de fazermos uma opção. E
a nossa opção é contrária à da elite, a nossa opção inclui
o povo, as camadas populares da sociedade. Optamos por
um projeto de sociedade em que o homem e o povo sejam
sujeitos de sua própria História, pela “descolonização”, por
um movimento que cresça cada vez mais fortemente em di-
reção contrária à daqueles que nos fazem permanecer como
objeto. Escolhemos a educação como exercício de cidadania
e como instrumento fundamental para libertação, na con-
tramarcha da educação que pode ser alienada e alienante,
assumimos nossa parcialidade e nossa base ideológica. Ao
realizar tal afirmação não nos amedrontamos e parafrasea-
mos Paulo Freire ao dizer que não existe imparcialidade no
fazer pedagógico e que todos nós somos orientados por
uma base ideológica. A questão mais relevante é: sua base
ideológica é inclusiva ou excludente?
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo.
Educação como prática da liberdade
. Rio de
Janeiro: Editora Civilização S.A., 1967.