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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Pablo, fazendo uma relação com rima e com o freesty-
le, nos coloca que a horizontalidade da metodologia e na
possibilidade de intervir (“levantar o braço e interromper”)
nas atividades do Paidéia, encontrava-se algo muito poten-
te. O “interrompimento” se torna bem-vindo, se faz neces-
sário, e com isso pode-se construir de modo processual uma
ruptura nessa educação depositária, bancária. Acredito que
frente a toda uma cultura de silenciamento, a educação po-
pular tem um compromisso de ouvir as falas, as vivências, os
gritos e os conflitos que existem, e solidarizar-se com isso,
principalmente porque é isso que historicamente tem con-
figurado o Brasil, um processo continuo de dominação por
parte da minoria, das elites e etc. Com base em Freire, e no
que ele acreditava em sua práxis de transformação, é valioso
lembrarmos o que o mesmo educador e filósofo afirmava
sobre a relação do grito e do conflito nessa perspectiva de
educação e de educação política:
Aliás o silêncio realmente tem sido imposto às clas-
ses populares, mas elas não têm ficado silenciosas.
A história oficial é que destaca esse silêncio sob a
forma de docilidade, mas os movimentos de rebel-
dia, que constituem a história escondida nesse país,
tem sido agora revelado por historiadores com sen-
sibilidade em relação às massas populares. Insisto,
assim que é preciso aprender com o povo a gritar
e introduzir essa forma de gritar na educação siste-
mática. De qualquer forma, o ser humano sempre
grita primeiro para depois falar. A gente nasce gri-
tando. (GADOTTI, 1989, p. 120).
Esse trecho da fala de Paulo Freire, que é um diálogo
entre Moacir Gadotti e Sérgio Guimarães, nos elucida que é
necessário falar, mas antes, é necessário gritar, e esse grito
aos poucos se organiza e vira fala, fala contundente, daí o
dizer a sua palavra é central aqui! Entendo que as falas, as
intervenções, os debates e discussões, tanto as que levavam
a conflitos e que se acaloraram, foram importantes para que
se conseguisse um êxito no processo de desenvolvimento
do conhecimento, e esse conhecimento foi e é construído