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EIXO 1 – PAULO FREIRE E DIÁLOGOS INTERNACIONAIS

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

de trabalho”. Questiono: existem diferenças entre educar

para o mercado de trabalho e educar para o mundo do

trabalho? O mesmo pode ocorrer em relação, por exem-

plo, ao desenvolvimento sustentável. Que sustentabilidade

é essa? Econômica? Ou socioambiental? E a inovação? Que

significa? Inovar para mudar apenas a forma e inovar para

empreender financeiramente.

E

o debate tão acolhido na

América latina sobre educar por competência e habilidades

visando a excelência. Quem almeja esse sujeito competen-

te? Que mercado é esse para esse sujeito habilidoso? Que

habilidade é essa? E que discurso de excelência é esse?

Meritocrático? Ou excelência nas relações sócio-culturais

que valorizem nosso protagonismo? O mesmo pode ocor-

rer com a idéia essencialista de talento: as pessoas pos-

suem talento ou potencialidades? Fiz essa problematização

não com intuito de esgotar a questão, mas ao contrário

para que possamos refletir sobre o uso de expressões que

chegam até nós pelo endereçamento do paradigma neo-

liberal. Em minha compreensão necessitamos de ter certo

cuidado para não cairmos numa perspectiva que reprodu-

za e que reforce apenas esse discurso.

Reforcei a nossa condição de que esses são tempos

em que vivenciamos cotidianamente os sintomas de inúme-

ras crises. Crise do sistema capitalista, de paradigmas, cri-

se ontológica de esvaziamento do ser, crise nas sociedades

que se propuseram ser democráticas e por decorrência uma

profunda crise política, crise na dimensão ética e crise na

educação. Tempos de golpe no Brasil e no mundo onde as

novas ondas de conservadorismo mostram sem disfarces as

suas faces. Do

Movimento Dogma

a

lei da Mordaça

a

Escola

Sem Partido

somos violentados no encolhimento de nossos

direitos de forma opressora, pois já não querem mais nem

permitir que tenhamos o direito de dizer a palavra.

Também afirmei que é nesse tempo presente, que se

torna ainda mais fundamental percebermos de que lado

estamos: com os

diferentes

o com os

antagônicos

. São tem-

pos de reflexões profundas sobre a forma como condu-