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EIXO 3 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, TÉCNICA, TECNOLÓGICA E SUPERIOR
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Fala 7 - “
Consegui me expressar melhor, pois era muito
tímida, estudar prá mim é como uma terapia.
”
Fala 8 - “
Me sinto mais forte para enfrentar o mundo lá
fora
.
O significado do trabalho é demonstrado nas falas aci-
ma, onde a compreensão de que o papel da escola em suas
vidas é muito mais do que conteúdos tradicionais, mas que
tem significado social. A escola proporciona muito mais que
a união de conteúdos da educação básica com os conhe-
cimentos necessários ao desempenho de uma determinada
profissão.
Os desafios do PROEJA FIC dizem respeito à possibili-
dade de que através do retorno à escola busque-se o resgate
da formação humana integral entendida, conforme RAMOS
(2008) como formação omnilateral, uma concepção de for-
mação humana, com base na integração de todas as dimen-
sões da vida no processo formativo.
Através de políticas públicas, como o PROEJA FIC, as-
sumida por vários segmentos da sociedade, acredita-se na
minimização das polaridades ou dicotomias tão presentes na
educação, ou seja, geral x específico; trabalho manual x tra-
balho intelectual, cultura geral x cultura técnica, teoria x práti-
ca. Essas aproximações contribuem para a efetivação de uma
educação de qualidade socialmente referenciada como direito
igualitário de todos, onde o protagonismo social dos sujeitos
tornam o trabalho educativo um espaço de conscientização
de um pensamento de ruptura, onde o jovens e adultos pode
lutar a favor de uma sociedade alternativa e menos opressora.
Esta pesquisa vem permitindo a discussão sobre o
Proeja como política pública, e a sua compreensão como
um projeto de educação popular que significa dar sentido
ao que Freire acreditava, a educação é o único caminho para
humanizar a sociedade. Pois, o seu legado foi de uma edu-
cação libertadora que permite dar voz aos oprimidos. A edu-
cação popular enquanto processo autônomo, não alienado,
traduzida nos relatos dos próprios protagonistas dessa expe-
riência, resume-se no que diz Freire (2002) que: