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EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

quele ano, eu estava na universidade. Lembro-me

de estar com minha irmã, indo para o aeroporto

Viracopos, em São Paulo, receber Paulo. Íamos can-

tando. Foi um dia de emoções quentes e de reen-

contro com parentes que nunca mais havíamos vis-

to. Nesse dia, abracei Elza, Madá, Mima, Fá, Joaquim

e Lut. No momento em que vi Paulo, vi também

Paulo Freire. Ali, ele não era mais simplesmente o

primo-tio-amigo para quem eu escrevia quando

menina. Cercado por uma multidão de pessoas, en-

tre jornalistas, fotógrafos, estudantes, professores,

amigos e familiares, estava o conhecido educador

tanto tempo afastado de sua terra. Quando conse-

gui me aproximar. Ele sorriu, me abraço e disse:”-

Nathercinha, você me escrevia quando era pixoto-

ta”(2016, p.72)

Na sequência do livro, muitos anos depois, em 2012,

Nathercia teve um desejo de escrever uma carta para Paulo

Freire, “uma carta de hoje”, como bem falou, em plena pri-

mavera de 2012.Escreveu sobre muitos assuntos, mas um,

da menina que fora, escreveu assim:

(...)A menina que você conheceu segue comigo com

vivacidade. Em meu trabalho com crianças, o que

mais gosto é de peraltar brincadeiras e histórias em

escolas, praças, ruas, pátios, quadras, chãos de terra,

de areia, de grama, de cimento e de asfalto, junto

com muitas gentes: amigos de caminhada, crianças,

professores, famílias, mais velhos (que guardam

saberes aprendidos na lida dos dias), quilombolas,

caiçaras, indígenas...muitas gentes.

Estou feliz em voltar a escrever para você depois de

tantos anos!

Aguardo notícias suas em uma folha que cai, em um

voo de pássaro ou em um desabrochar de flor em minha ja-

nela. Um longo abraço, Nathercia e Nathercinha (2016, p. 77).

Conta ela que, “no dia seguinte àquele em que escrevi

a carta para Paulo, uma violeta nsceu em um pequeno jarro

na minha janela”(2016, p.78).

Madalena Freire, filha de Paulo Freire, que acompa-

nhou a produção desse livro de cartas, escreveu uma carta