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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS

buscá-la sempre, por meio da reflexão sobre as crianças que

fomos e nossas memórias.

(...) Às vezes, eu me sinto como se fosse um menino

também. Tenho vontade de correr. De brincar. De

cantar. De dizer a todo mundo que gosto de viver.

Você nunca deixe morrer em você a Nathercinha de

hoje. A menina que você é hoje deve acompanhar

a mocinha que você vai ser amanhã e a mulher que

será depois (2016, p.55).

A TERCEIRA CARTA – OUTUBRO DE 1967

A terceira carta traz alguns traços de tristeza, expres-

sando o quanto é importante sorrir, rir, ter alegria de viver.

Paulo Freire escreve: “O mundo seria mais bonito se os ho-

mens pudessem rir como as crianças”. Conta sobre aque-

las crianças que não podem rir, f que sorrir não é apenas

mostrar os dentes e, sim, “expressar uma alegria de viver,

uma vontade de fazer coisas, de transformar o mundo, de

amar o mundo e os homens”. Preocupa-se em lembrá-la

que “há crianças que não podem rir”(2016, p.57). Escreve

sobre a importância do brincar, de como gente grande se

esqueceu de quando era criança e brincava, de como gente

grande fica brava quando as crianças querem brincar, fala

para ela nunca se esquecer de brincar porque brincar é tão

importante quanto estudar. E lembra: “(...)brincando a gente

aprende muito, mas é preciso também estudar seriamente.

O jeito é equilibrar o brinquedo com o estudo” (2016, p.64).

Paulo Freire expressa ainda que largou tudo o que estava

fazendo para poder escrever a ela, dizendo: “Deixei, por um

momento, o estudo de um livro novo que estou escrevendo,

para conversar com você”(2016, p.58). Pede que ela conti-

nue escrevendo a ele e usa a expressão “Converse comigo”,

como se os dois estivessem muito próximos, mesmo com

a demora das cartas chegarem. Ele se colocava como igual

nas conversas, sempre afirmando ser uma conversa entre

amigos, demonstrando cuidado com a criança no mundo.

Fala sobre a perda do pai de Elza, lá no recife, longe deles, e

o quanto ela ficou adoecida por esta perda. Ele escolhe, para