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1972

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

aqui, para Foucault, se configura como uma permanência

fabricada, imposta, cujo principal resultado é o apagamento

das idiossincrasias e individualidades dos sujeitos.

Se, para Foucault, a tradição é uma forma de repetição

que visa dar uma importância singular a um conjunto de

fenômenos sucessivos e próximos, agrupa díspares, reduz

diferenças e isola seus objetos contra um fundo de perma-

nência imposta podemos postular que, a própria elaboração

de um plano de ensino que esteja ciente da diacronia dos

contextos que fabricam a teoria que se visa ensinar, deve, no

seu centro, desarticular estas centralidades e limitações de

imaginários históricos (neste caso) e estabelecer um vínculo

mais justo com as questões em estado de periferia, aqui, a

produção teórica e cultural das mulheres.

Talvez o grande desafio enfrentado pela instância de

ensino, neste caso preocupada com a história do audiovi-

sual, seja o de estabelecer e ofertar um esforço reparatório

frente a uma situação social de injustiça e desigualdade de

gênero que vem se perpetuando estruturalmente ao longo

dos anos sem ser abalada por uma perspectiva crítica espe-

cífica de seu nicho de fala – como o próprio ensino de audio-

visual pode repensar suas práticas diante da necessidade de

construção de uma equidade de gênero? Se, por um lado,

há uma diferença abismal entre o povoamento e a visibilida-

de do protagonismo feminino e do masculino na produção

e teoria fílmicas, e as próprias evidências amparam isto, por

outro, é inadmissível que se continue deixando as marcas do

feminino em uma porção periférica daquilo que é ensinado

e proposto para alunas e alunos. Sendo assim, é possível

compreender a construção de um modelo crítico de ensino

como uma operação tanto técnica quanto teórica.

Sua dimensão técnica está ligada à sensibilidade da

educadora e do educador ao lado da compreensão, de um

lado, do repertório das alunas e alunos, e de outro, das suas

próprias curiosidades por conhecimento e acesso à mate-

riais sobre o que pretende trazer para a esfera do ensino.

Assim, de maneira pontual ao que tange esta reflexão, a ela-