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1970

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

rigido por Walter Carvalho, 3.08 milhões de espectadores.

Isto quer dizer que 92% são representados por uma figura

masculina na posição de direção. A busca pela paz entre au-

toria fílmica e o público, um tema recorrente na filmografia

nacional, certamente não é o único indicador de contundên-

cia da produção, mas é válido para que possamos pensar

a respeito da visibilidade da mulher neste tipo de posição

hierárquica na produção cultural, e também como reflexo

da sociedade.

Se pensarmos pelo sucesso de crítica, e nos amparar-

mos na lista dos 100 melhores filmes brasileiros, uma vota-

ção proposta pela Associação Brasileira de Críticos de Cine-

ma (Abraccine), a situação não é mais alentadora, apenas

seis

(06)

filmes dirigidos por mulheres estão ranqueados:

Cidade de Deus

(2002), de Katia Lund e Fernando Meirelles,

8º lugar, e o único a aparecer nas duas listas,

A hora da estre-

la

(1985), de Suzana Amaral,

Terra Estrangeira

(1996), de Da-

niela Thomas e Walter Salles, 47º lugar,

Que Horas Ela Volta?

(2015), de Anna Muylaert, 71º lugar,

Bicho de Sete Cabeças

(2001), de Laís Bondanzky, 72º lugar,

Mar de Rosas

(1977), de

Ana Carolina em 81º lugar.

Enquanto a produção segue esta lógica de baixa re-

presentatividade de produção capitaneada por mulheres, a

historiografia não apresenta uma realidade diferente. Em um

levantamento bibliométrico que tentou compreender qual a

representatividade das autoras e autores que a própria aca-

demia estava reproduzindo, foram analisadas as referências

de trinta e três (33) teses e dissertações sobre o cinema bra-

sileiro, oriundas de universidades de todo o país. Com este

procedimento, chegou-se a um dado bastante significativo

sobre a incidência da voz feminina acionada para reflexão e

legitimação da reflexão historiográfica: das 507 vezes que

alguma obra sobre o cinema brasileiro foi citada, apenas

dezoito (18) vezes, ou seja, 3,5%, recorreu-se à produção

de uma mulher, senda esta unicamente representada pela

pesquisadora Raquel Gerber. Em contraponto, as três vo-

zes mais citadas, Glauber Rocha, Ismail Xavier e Jean-Claude