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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
A questão a ser levantada aqui é considerar o elemen-
to utópico não como uma impossibilidade, “lugar nenhum”
e sim considerar a utopia como um objetivo fixo que sirva
como uma bússola norteadora, não apenas como um fim
em si, mas para nos levarmos à frente já que a esperança é
o alimento para a vida. “A necessidade imediata e constran-
gedora é a mola do despertar da consciência do homem”
(ALBORNOZ, 2006, p.26). O elemento utópico talvez seja um
dos fatores que permeiam a prática docente muitas vezes
de maneira subjetiva que necessita emergir das profundezas
da apatia em que nos encontramos com a finalidade de mu-
dar nossas realidades. Caminhar para a utopia é caminhar
para a felicidade. “A busca da felicidade define os homens e
denota o seu ser, indica que o homem é capaz de vir a ser
e dá sentido à utopia” (ALBORNOZ, 2006, p.23). Pensarmos
uma prática docente como agente desta
práxis emancipa-
dora
e fazer dos estudantes protagonistas do processo de
libertação e cultivadores de possibilidades na sociedade em
que estão inseridos. A educação vista como uma porta entre
aberta para a esperança de mudanças, aproximará teorica-
mente Ernst Bloch e Paulo Freire. A aproximação entre Bloch
e Freire em relação à utopia e o desejo de mudanças a par-
tir da tomada de consciência da realidade fazem da edu-
cação uma importante arma para a resistência ao discurso
hegemônico. Se para Bloch esse impulso de transformação
surge no momento em que há uma tomada de consciência
das contradições reais que é chamado de “utópico-concre-
to” (MISOCZKY; MORAES; FLORES, 2009). A esperança vista
como aspecto de mudança é fruto da realidade, uma vez
que o desejo de se mudar aquilo que está posto nasce do
concreto, da situação real do indivíduo. Portanto, podemos
considerar a utopia como o “gatilho” para a práxis refleti-
dos, segundo o filósofo alemão Ernst Bloch, no sonho diur-
no. “[...] o sonho diurno desenha no ar receptíveis vultos de
livre escolha, e pode entusiasmar e delirar, mas também
ponderar e planejar. [...] O sonho diurno pode proporcionar
que não pedem interpretação e sim elaboração” (2005, p. 79