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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
cluindo a possibilidade de ser. Pode o participante da escola
conservadora estar incluso sem pensar junto, sem ter poder
nas decisões ou voz nas elaborações dos elementos que são
usados para se chegar à uma decisão. Seria esta a pseu-
doparticipação
4
. Dialetizando participações e pseudoparti-
cipações na Pedagogia do Oprimido de Freire, este artigo
discorre reflexão sobre o caso.
Os estudantes, desarmados de consciência e pensa-
mento, são submetidos a aprender na escola o que outros
lhes impõem como norte, o que não se relaciona com a sua
história, a história do seu povo, de sua terra, de suas con-
dições materiais, favorecendo o percurso contrário à sua
emancipação. Sua não-participação acaba por ser poten-
cialmente nociva a si mesmo uma vez que lhe abstém do
poder da tomada de decisão, entregue a outro que possui
demandas e interesses diferentes que se revelam na rela-
ção opressores x oprimidos
5
. Esta não-participação é pro-
veniente da “alienação da ignorância”
6
(FREIRE, 2013, p. 81),
componente fundamental à educação bancária. A aprendi-
zagem neste conceito objetifica o educando por não permi-
tir o reconhecimento deste como sujeito. Objetifica porque
não o permite assumir-se enquanto sujeito pois funciona na
transmissão de valores e conhecimentos: quem transmite é
o que sabe, o que pensa, o que é o sujeito, enquanto os
que recebem esta transmissão nada são senão corpos va-
zios, alienados. Educa-se com o objetivo de alienar para dis-
tanciar o quanto for possível da emancipação do oprimido,
tornando-o facilmente domesticável por não se reconhecer
como sujeito, discorre Paulo Freire em seu segundo capítulo
do livro Pedagogia do Oprimido. O ser alienado, assim, não
participa senão de maneira simbólica.
4
Ver citação 8 do Anexo
5
Como assinala Freire na página 17 da Pedagogia do Oprimido, onde é tra-
tado a contradição entre opressores e oprimidos, os opressores são os que
“oprimem, exploram e violentam em razão do seu poder” os oprimidos,
por sua vez, são as vítimas de tais ações.
6
Paulo Freire chama de alienação da ignorância a negação do saber dos
educandos, pondo em evidência o saber do educador como único e por
isso alienante.