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1752

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

cluindo a possibilidade de ser. Pode o participante da escola

conservadora estar incluso sem pensar junto, sem ter poder

nas decisões ou voz nas elaborações dos elementos que são

usados para se chegar à uma decisão. Seria esta a pseu-

doparticipação

4

. Dialetizando participações e pseudoparti-

cipações na Pedagogia do Oprimido de Freire, este artigo

discorre reflexão sobre o caso.

Os estudantes, desarmados de consciência e pensa-

mento, são submetidos a aprender na escola o que outros

lhes impõem como norte, o que não se relaciona com a sua

história, a história do seu povo, de sua terra, de suas con-

dições materiais, favorecendo o percurso contrário à sua

emancipação. Sua não-participação acaba por ser poten-

cialmente nociva a si mesmo uma vez que lhe abstém do

poder da tomada de decisão, entregue a outro que possui

demandas e interesses diferentes que se revelam na rela-

ção opressores x oprimidos

5

. Esta não-participação é pro-

veniente da “alienação da ignorância”

6

(FREIRE, 2013, p. 81),

componente fundamental à educação bancária. A aprendi-

zagem neste conceito objetifica o educando por não permi-

tir o reconhecimento deste como sujeito. Objetifica porque

não o permite assumir-se enquanto sujeito pois funciona na

transmissão de valores e conhecimentos: quem transmite é

o que sabe, o que pensa, o que é o sujeito, enquanto os

que recebem esta transmissão nada são senão corpos va-

zios, alienados. Educa-se com o objetivo de alienar para dis-

tanciar o quanto for possível da emancipação do oprimido,

tornando-o facilmente domesticável por não se reconhecer

como sujeito, discorre Paulo Freire em seu segundo capítulo

do livro Pedagogia do Oprimido. O ser alienado, assim, não

participa senão de maneira simbólica.

4

Ver citação 8 do Anexo

5

Como assinala Freire na página 17 da Pedagogia do Oprimido, onde é tra-

tado a contradição entre opressores e oprimidos, os opressores são os que

“oprimem, exploram e violentam em razão do seu poder” os oprimidos,

por sua vez, são as vítimas de tais ações.

6

Paulo Freire chama de alienação da ignorância a negação do saber dos

educandos, pondo em evidência o saber do educador como único e por

isso alienante.