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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

Uma diz sobre a pessoa que está junta, mas não atua, não

é sujeito. A outra diz sobre a pessoa que está junta e por

isso mesmo atua, por isso mesmo é sujeito. A análise de

tais significados capacita explicação sobre a anatomia do

contexto onde cada significado é empregado. Entender as

competências da participação na escola conservadora, par-

ticipação esta simbólica

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, sem criticidade e reflexão, possibi-

lita decifrar a lógica que rege a escola conservadora – onde

o participante o é sem ser sujeito - e entender como esta ca-

tegoria de participação é fundamental na manutenção desta

escola. Bem como saber o que é participação no contexto

do caminho da libertação capacita compreender porquê é

este significado de participação atribuída à libertação mes-

ma. Porque a ela compete o pensamento crítico, reflexivo, a

dialogicidade e a práxis.

Paulo Freire rejeita o entendimento da participação

como estar junto, mas não necessariamente refletir junto,

não fazer junto e por isso não construir junto. Ele rejeita a

participação que não é dialógica e deixa claro que é com a

participação crítica, a participação que se constitui de enga-

jamento que se encontra o caminho para a vocação ontoló-

gica de ser mais (FREIRE, 2013. p. 58).

A importância que há na verdadeira participação críti-

ca, reflexiva e, por isso, práxica na configuração do ser como

sujeito histórico é imprescindível à libertação de homens e

mulheres, sabendo que eles e elas não se libertam sozinhos.

“Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho. Os

homens se libertam em comunhão” (FREIRE, 2013. p. 71) e é

nessa comunhão, onde, juntos, se pensa e se dialoga, que se

faz necessária a verdadeira participação, para que se cami-

nhe, enfim, à emancipação.

A prática da participação no âmbito da educação ban-

cária se configura na inclusão. Incluir não significa participar

como sujeito, nem ter voz, tampouco ter poder de decisão.

Estar incluso é tão somente estar junto sem que isso pres-

suponha nada que lhe remeta ser sujeito histórico, não ex-

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Ver citação 9 do Anexo