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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

Rezo e peço a Deus.”; 4. “Tá avesso, tá precoce a

sexualidade.”; 5. “Eu acho que tudo tem seu tempo.

Na idade dela não tem que estar rebocada.”; 6. “No

trabalho teve cantada de cliente. Mas eu não podia

falar nada, pois era cliente.”; 7. “Lá na escola tem

muito gay adolescente. Não que isso vá influenciar,

mas acho que ajuda. Descaradamente no pátio da

escola.”; 8. “Tá difícil casar, é mais fácil deixar as

meninas saírem.”; 9. “As meninas fazem intrigas,

brigam, fazem caveira das outras, mas voltam a ser

amigas. Os guris já querem posar de machão, para

aparecer, quase se matam...”; 10. Converso com ela

pra se cuidar, da maldade, do abuso, até porque na

infância sofri isso.”

Tais falas, advindas do cotidiano da comunidade, fo-

ram apresentadas, problematizadas e discutidas com os es-

tudantes, levando à identificação das contradições presen-

tes nas visões de mundo dos mesmos, que foram o ponto

de partida da programação.

A filosofia é uma das disciplinas que tem muito a con-

tribuir na direção de uma educação crítica. Afinal, o pensa-

mento tem um potencial libertador. Ele pode problematizar

as verdades ensinadas e naturalizadas, fazer relações, eluci-

dar, discernir, orientar e instigar a um reposicionamento do

sujeito sobre e no mundo.

EDUCAÇÃO POPULAR E TEMAS GERADORES

Essa experiência se situa como mais uma das iniciati-

vas de planejamento temático vivenciadas como docente,

desde os referenciais da educação crítica. Para tanto anco-

rei o trabalho na base de situações-problemas, advindas do

cotidiano escolar e seu entorno. Por situação-problema en-

tendo a perspectiva epistemológica, política e pedagógica

conceituada por Paulo Freire: situações existenciais vividas,

captadas pelo educador-investigador, que apresentam limi-

tes explicativos, passíveis de serem compreendidos critica-

mente e de se constituírem em objetos da ação humana na

perspectiva do que Freire chamava de inédito-viável (FREI-

RE, 1983). Tal opção implicou, desde a referência sistema-