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EIXO 8 – PAULO FREIRE E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

Permitimos que o medo da liberdade nos aprisionasse

a sedutoras apostilas, métodos de ensino, cartilhas. Claros

manuais de instrução onde não se reconhecem os sujeitos

todos, mas uma massa a quem se costuma dizer que se for-

jam como cidadãos críticos e criativos.

E o “estado de coisas” (FREIRE, 1997, p. 34), a que as-

sistimos, paralisados pela incredulidade e pela confiança de

que alguém faria alguma coisa, exige de nós “a luta política

organizada [...], a superação de uma compreensão corpora-

tivista [...]. E não deixarmos cair num fatalismo que, pior do

que obstaculizar a solução, reforça o problema” (Op cit)

Nos deixamos ninar pela cantiga da inexistência das

diferenças, da superação da ideologia, da assunção do ato

puro e casto de natureza administrativa (FREIRE, 1997) e

anestesiamos nossos sentidos. E quando despertamos desta

anestesia, permitimos que nos dividissem, assumimos posi-

ções – sectárias – públicas, nas relações pessoais e, especial-

mente em redes sociais, rechaçamos o diálogo, hostilizamos

o diferente. Fomos para as ruas, mas talvez, tarde demais. E

agora, assistimos o encolhimento de nossos próprios direi-

tos, assistimos a interdição de nossos corpos. Freire, precisa-

mos resgatar o quefazer, como dizes “[...] se os homens são

seres do quefazer é exatamente porque seu fazer é ação e

reflexão. É práxis. É transformação do mundo [...] O quefazer

é teoria e prática”. (FREIRE, 2005, P. 141)

Não podemos mais creditar este estado de coisas à

um grupo específico, à uma escolha política neoliberal. O

que se desvela é uma nova aliança, mais complexa, hege-

mônica, que percebeu que a escola é um território fértil e

que a luta em torno do conhecimento é determinante para

seu projeto de sociedade. É preciso reinventar nossa práxis

educativa, transformar as estruturas por meio da ação e

reflexão.

Neste sentido, a tarefa tem sido tomar nossa palavra,

desarticula-las de suas raízes progressistas e articular ao

seu movimento, transformando o senso comum a seu favor.

Democracia, liberdade, igualdade, diferença são deslocadas