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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 8 – PAULO FREIRE E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES(AS)

Querido amigos educadores e educadoras, que forte-

mente resistem, vamos juntos ler o que o mestre escreveu

ao consultar o Dicionário Aurélio, onde identificou que o

medo é um “sentimento de inquietação ante a noção de um

perigo real ou imaginário”. Adiante no texto, anuncia que “a

questão que se apresenta é não permitir que o medo facil-

mente nos paralise ou nos persuada de desistir de enfrentar

a situação desafiante sem luta e sem esforço”. (FREIRE, 1997,

p. 27)

Pois é sobre o medo que discorremos nesta primei-

ra carta a quem ousa resistir. Resistir sendo professor. Re-

sistir sendo humano. Resistir amorosamente, mas resistir.

Pois como o senhor mesmo diz o importante é que “ [...] os

homens se sintam sujeitos de seu pensar, discutindo o seu

pensar, sua própria visão de mundo, manifestada implícita

ou explicitamente, nas suas sugestões e nas de seus compa-

nheiros”. (FREIRE, 2005, p. 139)

Aceitamos ser tios e tias da sociedade e acomodamos

nossas indignações em falácias em sala de professores. Aliás,

tornamos este espaço, um espaço sagrado de lamentações.

Espaço este que poderia ser de diálogo e resistência.

Construímos o ideal da escola democrática, da parti-

cipação, da distribuição de recursos. Por meio de políticas

públicas de inclusão e programas sociais, vimos os sonhos

se concretizando. Mas abruptamente o cenário mudou e

perdidos no caos nos vimos aceitando que nos dissessem o

que temos que ensinar, aceitamos pacotes que “sabichões”

produziram em seus gabinetes (FREIRE, 1997), descuidamos

do processo de aprender, sucateamos nossas emoções, ne-

gligenciamos a vida, adoecemos. E paralisamos. De medo.

Vimos ascender o sonho do oprimido, com aceno de

escola pública de qualidade, formação profissional ao ma-

gistério, acesso e permanência nos cursos superiores. Mas

vimos a força cruel e dilacerante do opressor ressurgir em

sombras, entrelinhas, frases de efeito. Tão sorrateiro que,

por muito tempo, se confundiu na névoa da ingenuidade e

dos entusiasmos. E paralisamos. De medo.