1068
EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Essa carta vai ao encontro do chamamento, das con-
tramarchas do povo organizado que vem pautando há al-
gum tempo e que nós aqui reforçamos: por uma realidade
que nos contemple! Por um mundo que nos represente! Por
uma universidade que acolha as gentes! E nossa proposta
para ti Universidade é que, para esse propósito de transfor-
mação radical de suas estruturas pseudo superiores, que se
fomente, germine e valorize as abordagens (des)coloniais fe-
ministas, freireanas, populares!
Teus modos pseudo-superiores nos provoca a falar nes-
te XX Fórum de Estudos e Leituras Paulo Freire desde muitos
dos eixos: formação de professores(as); diálogo comoutros(as)
autores(as); práticas educativas na educação básica, entre ou-
tras. Todas chamam atenção para rever os modos, tempos e
espaços do aprender e ensinar. Contudo, optamos falar conti-
go sobre a contribuição de Freire na Educação Popular, sem-
pre com o horizonte de dialogar com as outras perspectivas,
especialmente os Movimentos Sociais Populares.
Como militante do Movimento de Mulheres, mas tam-
bém militante intelectual recém sobrevivente de ti no Dou-
torado em Educação, penso que esta temática nos toca de
modo particular, afinal foi deste lugar (ponto de partida e
de chegada) que me senti provocada a entrar (e permanecer
na luta por humanizar-te) em sua lógica produtivista, elitista,
branca, rica, bela e recatada. É desta relação que quero falar,
com base em Freire, para que, de um modo firme, mas afeti-
vo, possamos nos entender em nossas diferenças.
Conviver contigo sendo de um lugar e grupo social,
político e econômico marginalizado, de uma condição mo-
ral e intelectual silenciada por uma história oficial machis-
ta e classista, não foi um processo fácil, mas foi contradi-
toriamente libertador. Viver a coexistência entre os saberes
populares, da experiência com os conhecimentos ditos “su-
periores” é uma aprendizagem deveras insurgente. As expe-
riências na militância foi um conteúdo básico determinante
que, unido às (re)leituras de Freire em diálogo com outras/os
educadoras/es (des)coloniais de Nossa América e algumas