XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
POR UMA UNIVERSIDADE
QUE ACOLHA AS GENTES!
Luciane Rocha Ferreira Pielke
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CARTA À UNIVERSIDADE
Começo esta carta agradecendo a oportunidade de
travar aqui o diálogo com um espaço socialmente edificado
como o mais importante para a formação acadêmica inicial
de muitos profissionais, inclusive das/os professoras/es. Falar
à Universidade acolhe o desafio de se dirigir a toda sua exten-
sividade: organização (geo)política, pedagógica, financeira,
administrativa; departamentos, institutos, gerências, modali-
dades, setores, diligências, mitos e rituais. Independentemen-
te de ser foco a formação desta/e ou daquela/e profissional,
falar à Universidade exige dirigir-se a sua totalidade.
Partimos do pressuposto que a Universidade é uma
instituição que possui uma responsabilidade social e política
que carece ser (re)visitada, (re)elaborada. Nossa intenciona-
lidade aqui é lhe dizer sobre a urgência de reconhecer que
a lógica que lhe constituí é excludente e ainda mantém a
sociedade à sua margem, em situação de tutela. Sua política,
suas estratégias didáticas, seus conteúdos, seus discursos e
ritos denunciam seus modos engessados que não acolhem
todas e todos de modo justo – reconheça isso!
Como motivação deste diálogo temos o legado de
Paulo Freire para a história da educação dos excluídos, uma
homenagem da resistência da Universidade que milita con-
tra seus modos heteroconstruídos. Um grupo de intelectuais
que de forma articulada com os Movimentos Sociais Popu-
lares enfrentam a desumanização estrutural eurocêntrica,
classificatória, excludente, de base racista, machista, moder-
nista e meritocrática.
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Educadora Popular, Pedagoga e Mestra em Educação (UFMT), Doutora
em Educação pela Unisinos (2014-2018/Bolsista CAPES-Taxa). E-mail:
lucianekatu@gmail.com