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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT6: POLÍTICAS PÚBLICAS, MOVIMENTOS SOCIAIS E DEMOCRACIA: LUTAS, AVANÇOS E RETROCESSOS
dade, nos quais as vivências concretas de gestão
do bem comum conferem um novo valor às no-
ções de justiça e de interesse público. A Economia
Solidária se constitui como vetor democrático, ao
induzir a participação popular por mecanismos
de ação direta e por dispositivos institucionais de
representação, vindo assim a revitalizar ou propi-
ciar espaços de construção de projetos coletivos,
vinculados a diversas agendas e, como pano de
fundo, a elementos teleológicos de transforma-
ção social. Esse enfoque tem sido desenvolvido
com trabalhos de investigação empírica (GAIGER,
2012; GAIGER et al., 2014) e de teorização (CATTA-
NI et al., 2009) centrados no elo existente entre as
dimensões empreendedora e solidária daquelas
organizações, o que as tornaria propensas à ado-
ção de práticas participativas em sua gestão e a
engajamentos em questões de interesse público,
renovando assim formas de solidariedade social.
Tendo em vista tais questões e parâmetros
conceituais, essa paper tem como propósito com-
parar, revisar e refinar conclusões de estudos ante-
riores sobre a presença política de organizações e
de atores da Economia Solidária (GAIGER, 2012).
Para isso, conta com novas fontes de informação,
de modo a dimensionar a participação política
extramuros das iniciativas de Economia Solidária e
avaliar sua presença na esfera pública do ponto
de vista da sociedade e da democracia – e não
apenas para os fins e a ótica da própria Economia
Solidária. Julga-se oportuno, ademais, examinar a
natureza dessa participação com dados empíri-
cos ainda pouco explorados, referentes a um mo-
mento imediatamente anterior à crise institucional
e à severa turbulência da vida democrática dos
dias atuais.