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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT6: POLÍTICAS PÚBLICAS, MOVIMENTOS SOCIAIS E DEMOCRACIA: LUTAS, AVANÇOS E RETROCESSOS

la Benhabib, Chantal Mouffe (1996) e Axel Hon-

neth (2003), exemplificativamente, são mobiliza-

das e respeitadas pelos agentes em debate. Os

estudos feministas têm muito contribuído desde

os anos 1960 para explicitar a naturalização da

condição feminina enquanto público subalter-

no, o qual ocupa espaços na esfera pública ain-

da periféricos e marginalizados. Por isso, estudos

mais recentes desta corrente de trabalhos susten-

tam que a subrepresentação feminina tende a

acentuar a dificuldade do efetivo tratamento de

demandas de direitos da mulher pelos poderes

políticos constituídos. Conforme Boaventura de

Souza Santos (1991), no entanto, os movimentos

sociais dos anos 1970, posteriores a crise do Esta-

do de Bem Estar, tendem a conseguir manifestar

com maior propriedade as causas transclassistas

e difusas no capitalismo desorganizado vigente:

a repolitização de todas as relações sociais, por-

tanto, seria o meio pelo qual uma nova teoria da

democracia lograria denunciar formas de domi-

nação e violência simbólica tidas como naturais.

Segundo Alain Tourraine (1996), sendo a demo-

cracia a forma de vida política que dá a maior

liberdade ao maior número de pessoas, que pro-

tege e reconhece a maior diversidade possível,

é de se questionar a violência de Estado que os

achados empíricos da literatura denunciam: eles

identificam inclusive as estratégias de agentes

do sistema de segurança pública, que se camu-

flam de assistentes sociais em instituições públicas

de saúde, no intuito de lavrar autos de flagran-

te quando conseguem a confissão do crime de

aborto pelas usuárias do sistema único de saúde.

Palavras-chave:

reconhecimento – saúde da

mulher – aborto – judicialização