742
EIXO 6 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E ALFABETIZAÇÃO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
capitania sobre a dificuldade que os pescadores possuíam
em obter as documentações que regulariza a permissão da
pesca artesanal na Laguna dos Patos.
A caminhada do projeto continuou e agregaram inú-
meros voluntários estudantes de graduação e pós-gradua-
ção da FURG. A caminhada percorrida permitiu que trilhás-
semos outros caminhos em outras localidades da zona rural
deste município, em 2010 começou a ser desenvolvido na
Ilha dos Marinheiros e em 2014 na Comunidade da Capillha.
O que estes lugares possuem em comum? São educandos
e educandas com o desejo de retornar a sala de aula, con-
cluir o ensino fundamental e médio, além de se sentirem
reconhecidos e aceitos nesta sociedade excludente. Neste
horizonte, este trabalho busca relacionar o Projeto Educa-
ção para Pescadores com os conhecimentos de mundo que
estas comunidades tradicionais possuem e que a Ecologia
Cosmocena traz como viés da Educação Ambiental.
Portanto, esse inovado conceito que gradativamente
adentra o campo acadêmico, e apresentado como uma po-
tência de possibilidades para tratar dos assuntos referentes
à educação ambiental sob a perspectiva ontológica do “ser
mais” e diante desse prisma surge a possibilidade de se mer-
gulhar num campo fértil que são os pescadores (as) e agri-
cultores (as) destas comunidades a fim de dialogar com suas
formas de resistência a um sistema capitalista que pouco os
reconhece, e ver nesse espaço como têm sido praticada suas
atividades educativas de uma melhor qualidade de vida em
seu cotidiano. Partindo de Freire no campo educativo, e so-
cializar como esses encontram estratégias de sobrevivência
e a resistência a um processo exploratório em seu cotidiano.
Em minha visão, “ser” no mundo significa transfor-
mar e retransformar o mundo, e não adaptar-se
a ele. Como seres humanos, não resta dúvida de
que nossas principais responsabilidades consiste
em intervir na realidade e manter nossa esperança.
Enquanto educadores progressistas, devemos nos
comprometer com essas responsabilidades ( FREI-
RE, 2014, p.50-51).