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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

2085

EIXO 13 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO, SAÚDE E CIDADANIA

Neste relato, é possível perceber uma prática condi-

zente com a teoria que se dedica a estudar a cidadania e a

psicologia na comunidade, a qual numa praxis comprometi-

da com a ética entende que é preciso respeitar o sujeito com

vistas em um trabalho em

com-junto

(Mendonça, 2007).

Diante do aqui exposto, a participação em grupos de convi-

vência aparece como instrumento fundamental para que os

sujeitos possam articular demandas comuns, e negociarem

alianças em seus contextos de vivência. A organização co-

letiva busca romper com as situações de injustiça e negação

de direitos, fortalecendo o empoderamento dos usuários

frente a suas demandas, ao contribuir para o aprendizado

do cuidado de si e do outro.

Ao serem questionadas sobre o exercício da cidada-

nia no Centro de Referência de Assistência Social - CRAS, as

entrevistadas aproximaram este exercício ao que podemos

classificar de duas maneiras: o direito de ter direitos e o di-

reito a ser escutado e visto como sujeito.

“Isto está falhado, mas a gente faz o que pode, né.

Agora estamos vivendo um momento rico de luta

na qualidade de atendimento, para que as pessoas

possam acessar o CRAS com qualidade, então a ci-

dadania passa por aí, no acesso aos direitos com

qualidade.” (Psicóloga 1)

“Em vários momentos é preciso ter isso (exercício

da cidadania) como plano de fundo, na acolhida,

nos encaminhamentos, nos grupos é preciso ter um

respeito pelo sujeito, buscar que eles entendam os

direitos e deveres.” (Psicóloga 2)

Desse modo, essas duas classificações vem de acordo

com a teoria, onde se pensa a cidadania para o empodera-

mento, na qual os sujeitos possam “aprender a dizer a sua

palavra” (Freire, 1980). A luta pelo direito de ter acesso, assim

como manter os direitos básicos de uma vida digna, vem ga-

nhando forças nos últimos meses, devido a uma forte onda

conservadora que de forma simbólica aprisiona os sujeitos.

Nessa perspectiva, o trabalho interdisciplinar que inte-

gram as equipes dos CRAS tem a necessidade de fomentar a