XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
1981
EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
Educação, que gera desenvolvimento; desenvolvimento que
gera emancipação, a partir das técnicas que criamos e ad-
quirimos e das tecnologias que compreendemos.
No doutorado, já lido e saboreado Paulo Freire, apre-
sentaram-me um Vieira Pinto preocupado com os
conceitos
de Tecnologia;
depois, soube da amizade e dos trabalhos de-
senvolvidos juntos, principalmente no Chile. Logo em segui-
da, Rabardel entra no campo de minhas leituras e começo a
fazer conexões.
Voltemos. Quando Vieira Pinto (1960, p. 69) afirma que
“É a operação do trabalhador, que imprime em cada caso à
substância bruta original propriedade. E com essa elevação
surgem concomitantemente novas características do obje-
to”. Em Freire se completa: “como um ser criador e recriador
que, através do trabalho, vai alterando a realidade.” (2005,
p. 132).
Rabardel denomina a isso de instrumentalização:
“onde o sujeito seleciona, re-agrupa, modifica e produz
funções, atribui propriedades aos artefatos, transforma
suas estruturas, seu funcionamento, etc. O sujeito enrique-
ce o artefato.” (BORGES, 2004). Minha mata não era apenas
uma Mata.
Mas esse instrumento, para Rabardel, porta proprie-
dades fundamentais: “(a) mediação entre o sujeito e o ob-
jeto da ação; (b) meio de ação e de atividade, oferecendo
ao sujeito um arco de possibilidades de ação; (c) operacio-
nalidade, na medida em que realiza parte do trabalho do
sujeito; e (d) portador de experiência acumulada em ter-
mos de aquisição cultural da espécie humana” (FERREIRA,
1997, p. 207).
Freire fala do barro e do tijolo, das penas e do arco e
da flecha, enfim dos instrumentos e Rabardel (1995) então
afirma que é pela evolução dos esquemas de exploração
que ira diferenciar o instrumento de um perito para um
principiante, pois os instrumentos não são construídos a
priori, eles são construídos pelo usuário quando esse se
apropria e os integra a sua atividade, tais como as penas