XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
1979
EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
QUE DIÁLOGO PODEMOS ESTABELECER
ENTRE PAULO FREIRE, ÁLVARO VIERA
PINTO E PIERRE RABARDEL
Ana Maria Marques Palagi
1
São Leopoldo, 11 de abril de 2018.
Caros Educadores,
Após minha tese
2
, nasceram mais inquietações. No
memorial inicial escrevi: Fizeram-me professora aos 13 anos,
em uma classe multisseriada. Tive um grupo de 11 alunos,
2º ano, que não conheciam silabação mínima, ou seja, BA,
LA, DA, etc.; no entanto, tinham a
Cartilha Caminho Suave
decorada. (...)!
O que fazer? Como fazer?
Então ordenei:
– Crianças, guardem as cartilhas!
Foram todas guardadas, na saudosa carteira de ma-
deira, com assento duplo.
– Olhem lá fora... O que vocês estão vendo?
– Uma mata, professora.
Olhei e já não era apenas natureza - assim como Ivo
não viu apenas a Uva com os olhos, (Freire, 2015), vimos a
MATA carregada de significados, quase como se vislumbra
a esperança de uma libertação. Olhei novamente, e em um
momento – quase que mágico - voltei firme e escrevi no
quadro, com um giz branco: MATA. Tenho em mente, depois
de 40 anos, o local do quadro em que a palavra foi escrita.
Era o inicio da humanização daquele objeto, e nossos Ma,
Me, Mi, Mo, Mu; nossos Ta, Te, Ti, To, Tu tornaram-se quase
uma canção de libertação. Linguagem e realidade. Objeto e
Cultura.
1
Secretaria de Estado da Educação do PR. SEED. Grupo de Pesquisa Educa-
ção Digital. CNPQ.
marquespalagi@gmail.com2
Tese em Educação. UNISINOS.