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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
cidadão, se optamos carregar computadores e telefones
localizáveis (IP) pagando caro por qualidade desigual de
serviços.
Trabalhadores viajam amontoados nos transportes co-
letivos, senão, presos no tráfego irracional do ir e vir indivi-
dualista que satisfaz a indústria automotiva, desproporcio-
nalmente a planejamentos inteligentes de cidades. Situamo-
-nos, ainda, entre o medo e a indiferença à violência, à men-
dicância e à fome, banalizadas; e à fuga para a drogadição,
às reinventadas facetas da escravidão e desemprego, aonde
o tempo de ócio é proibitivo, esporte e lazer são negócio
com campeonatos nas telas, menos “espraiados”, como diz
o ex-governador do Rio Grande do Sul, em escolas, praças e
bairros, indistintamente.
Freire, contudo, nos identificaria: mulheres e homens
da classe popular, trabalhadores da cidade e do campo,
negros, indígenas, estudantes, intelectuais, integrantes de
movimentos sociais, que lhe compreendem e defendem.
Somos a maioria da população e temos bandeiras de luta
em causas que envolvem moradia, saúde, educação, traba-
lho e renda, sustentabilidade, gênero, equidade... Consti-
tuímo-nos, irmanados aos invisíveis e ditos inviáveis – não
por Freire, que arguiu consistência nas viabilidades inéditas,
provocando à ampliação do repertório de conhecimentos
e ao rigor, para que tomássemos coragem à emancipação.
O mestre que já não está conosco desde 02-05-1997,
quando receberia um dos seus 41 títulos de Dr.
Honoris
Causas,
em Cuba, representado por frei Beto, tem suas obras
reconhecidas pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). As pessoas não pa-
ram de descobri-lo como problematizador da educação
contextualizadora em todos os níveis, sem aceitar que cabe-
ças sirvam ao depósito de informações por centralizadores
do saber, adeptos às práticas limitadas ao ensino tradicional
e ao tecnicismo sustentador do mercado, que desperceba
gentes, temas geradores, saberes prévios e direitos. Logo,
as rodas de conversa e os compartilhamentos e sistematiza-