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EIXO 1 – PAULO FREIRE E DIÁLOGOS INTERNACIONAIS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
objeto, mas sujeito da história, num processo de busca por
si mesmo. Dessa forma “[...] quanto mais me torno capaz de
me afirmar como sujeito que pode conhecer, tanto melhor
desempenho minha aptidão para fazê-lo” (FREIRE, 1996, p.
124). Embora a universidade se julgue um espaço demo-
cratizado, ainda sofre para fugir dos padrões coloniais. Os
sujeitos são condicionados a adaptação e ao ajustamento
de pensamentos (FREIRE, 2005). Sendo assim, a pedagogia
freiriana contribui para os processos descoloniais, uma vez
que propõe a emancipação dos sujeitos. E, nesse sentido,
torna-se fundamental assegurar processos descoloniais que
propiciem modos emancipadores de construção do conhe-
cimento, dando conta das nuances entre os diversos discur-
sos oprimidos, buscando o que Freire chama de “unidade na
diversidade” como a “grande Utopia” (FREIRE, 1995).
A partir das nossas experiências como acadêmicos,
percebemos que a universidade é, ainda, resistente frente
às práticas libertadoras propostas por Freire. Reconhecemos
que há movimentos de desconstrução de discursos dentro
da universidade, porém existem poucos espaços que propo-
nham esses debates. Pensar em uma educação que atenda
às necessidades dos oprimidos (muitas vezes excluídos ou
invisibilizados) ainda requer a implementação de novas pro-
postas, estas que, de fato, indiquem uma experiência de li-
bertação. A prática da educação popular nos parece ser uma
boa alternativa neste caso, uma vez que valoriza a realidade
dos sujeitos, além de ser um recurso que visa a produção de
conhecimento significativo e transformação social.
REFERÊNCIAS:
ASSIS, Wendell Ficher Teixeira. Do colonialismo à coloniali-
dade: expropriação territorial na periferia do capitalis-
mo.
Caderno CRH
, Salvador, v. 27, n. 72, p. 613-627,
2014.
FREIRE, Paulo,
Pedagogia da Autonomia:
Saberes necessá-
rios à prática educativa. 31 ed. São Paulo: Paz e Terra,
1996.