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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT1: DINÂMICAS DE GÊNERO E ESTUDOS FEMINISTAS EM CONTEXTOS AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS
REFLEXÕES ANTROPOLÓGICAS
SOBRE FEMINICÍDIO E VIOLÊNCIA
SEXUAL: RELAÇÕES ENTRE
GÊNERO, RAÇA E CLASSE
Luiza Dias de Oliveira
(Mestranda Ciências Sociais/Unisinos)
O presente artigo busca abordar a questão
do feminicídio e da violência sexual, fazendo uma
relação com questões de gênero, raça e classe.
Os conceitos de interseccionalidade e coloniali-
dade são apresentados sem o intuito de esgotar
o tema, mas de apresentar as possíveis ligações
entre dominação, opressão e crimes contra mu-
lheres. Os casos de assassinatos em Ciudad Juárez,
no norte do México, são utilizados, de início, para
contextualizar os estudos pioneiros que buscavam
criar categorias específicas para o assassinato de
mulheres. A recente mudança na legislação bra-
sileira é apresentada, assim como os dados sobre
mortes e agressões registradas antes dessa lei en-
trar em vigor, a fim de estabelecer relações entre
as mortes e o conceito de interseccionalidade.
Por fim, dois casos de violência contra mulhe-
res que tiveram bastante repercussão no país são
apresentados. Trata-se de um caso de estupro co-
letivo cometido contra quatro adolescentes e da
morte de uma mulher, seu filho e familiares pelo ex-
-marido. Embora não seja explorada a questão da
interseccionalidade, ou seja, não são enfatizadas
as relações entre raça e classe especificamente
nesses dois casos, o objetivo na apresentação dos
exemplos é identificar características de domina-
ção, opressão e poder por parte dos agressores.