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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT1: DINÂMICAS DE GÊNERO E ESTUDOS FEMINISTAS EM CONTEXTOS AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS
res, centrando sobretudo nas diferentes percep-
ções dessa dinâmica por parte das vendedeiras.
Em seguida, se debate o recurso à feitiçaria como
campo de batalha usada pelas mulheres em
Cabo Verde. Essa abordagem se sustenta a par-
tir do estudo etnográfico da antropóloga Rocha,
denominado “Feitiçaria: uma questão de gêne-
ro”, que procurando entender como a feitiçaria é
compreendida entre os cabo-verdianos, a autora,
seguiu uma rede complexa de
méstris e korderus
(frequentadores de casa de feitiço) desde Cabo
Verde circulando entre outros países da África,
demonstrando como está é percebida e usada
no contexto cabo-verdiano, principalmente pelas
mulheres cabo-verdiana nas resoluções dos seus
problemas. Por último, se explana sobre o proces-
so das lutas políticos das mulheres em Cabo Verde
até os dias atuais. Este se baseara nos estudos de
Crespina Gomes, concretamente no seu livro titu-
lado “Mulher e poder: o caso de Cabo Verde”. Se
dissertará sobre as lutas e conquistas políticas das
mulheres cabo-verdianas centrando nos artifícios
de combate, dos quais através de redes ONGs e
instituições governamentais tem fortalecido o cres-
cente engajamento político das mulheres como o
único objetivo: o reconhecimento e a visibilidade
política das mulheres em Cabo Verde.
À priori, no percurso do desenvolvimento
do trabalho permitiu observar que as vendedeiras
ambulantes são criminalizadas no exercício das
suas atividades pelas autoridades com base na
legislação urbanística da Câmara Municipal. Tam-
bém foi possível constatar que, na busca pela es-
tabilidade familiar e melhores condições de vida
recorrem à feitiçaria como artificio de confronto
e são vistas como perigosas. No campo político -