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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT1: DINÂMICAS DE GÊNERO E ESTUDOS FEMINISTAS EM CONTEXTOS AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS
A violência cometida contra as mulheres
não é recente. A dominação exercida pelos ho-
mens vem sendo construída por séculos, solidifica-
da e baseada em relações patriarcais. Essa neces-
sidade pela exibição de poder para construção
da masculinidade tem imposto consequências
bárbaras na vida das mulheres ao redor domundo,
mas mais especificamente nos países do Sul, que
vivem sob a sombra dos efeitos da colonialidade.
Esse contexto é somado às relações desiguais, que
incluem questões de gênero, raça, classe e todas
as suas imbricações. Ou seja, quanto mais atingi-
da pela desigualdade, mais sujeita à violência a
mulher estará, o que fica comprovado nos núme-
ros trazidos neste artigo.
Conclui-se que a criação de legislações es-
pecíficas que visem manter a integridade física e
moral feminina é importante, visto que isso pode
servir como um impeditivo para novos crimes. Po-
rém, a punição por si só não é suficiente. É preciso
trabalhar no cerne do problema, atuando para
desfazer essas relações de poder desiguais. A con-
sequência dessa problemática fica evidente nos
três casos de violência expostos. É importante des-
tacar a função colateral da implementação da
qualificadora do feminicídio: a coleta de dados.
Para a implementação de políticas públicas, é
necessário que haja um foco, que se saiba onde
e como agir, que sejam identificadas as pessoas
que precisam de proteção e que, assim, criem-se
formas de protegê-las e ampará-las de forma mais
efetiva.
Apesar das diferenças encontradas nos ca-
sos de trabalhados, também existem semelhan-
ças. Os crimes de violência sexual e os feminicídios
se entrelaçam na medida em que ambos são co-