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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT2: MULHERES NEGRAS RESISTEM: ANÁLISES SOBRE PROTAGONISMOS FEMININOS E NEGROS NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO

mobilizadas denunciam as patologias potencia-

lizadas e geradas pela falta de justiça. Com isso

pretende-se recolher, e organizar os relatos destas

experiências que fragilizam situações geralmente

precárias destas mulheres, no sentido das relações

raciais, de gênero e classe. Primeiro, será organiza-

do uma discussão a respeito da (in) justiça como

corpo, e no prolongamento deste trabalho, a aná-

lise dos reflexos destas patologias nas vidas destas

mulheres negras em movimento.

O esforço metodológico é colher informa-

ções e relatos de diversas fontes disponíveis nas

plataformas on-line e impressas. E tornando os

dados coextensivos e coetâneos a etnografia da

pesquisa de campo que está em desenvolvimento

em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. Não há dados

oficiais a respeito de sofrimentos psíquicos gerados

pela violência a partir do recorte de mulheres na

situação de perda traumática de parentes. Os

dados dispersos, existentes em relatos das mais di-

versas fontes e documentos precisam ser levados

a sério para visualizar a dinâmica destas ocorrên-

cias. O tema já é etnograficamente desenvolvido

(Zenobi, 2014; Siqueira; Víctora, 2017; Arosi, 2017) e

segundo estas leituras o posicionamento de cor-

pos no espaço público através da condição de

vítima faz da demonstração de suas emoções for-

mas de “discursos produtivos” (Siqueira; Víctora,

2017 p. 170). Assim, emerge a legitimação da víti-

ma perante o Estado, mas, ao mesmo tempo, que

conjuga política, moralidades e sofrimento em um

mesmo movimento discursivo e corpóreo.

As décadas dos anos 2000 e 2010 são o

período onde emergem com força movimentos

sociais liderados por mulheres negras periféricas

em grandes centros urbanos brasileiros, como São