609
VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT8: EMPODERAMENTO LEGAL
A metodologia do projeto possui quatro pila-
res. O primeiro é a utilização da tecnologia como
ferramenta para democratizar o acesso ao Mapa
do Acolhimento e atender à amplitude territorial e
numérica dos casos. O segundo é a atuação de
caráter territorial por meio da geolocalização: bus-
ca-se sempre a voluntária habilitada e/ou o serviço
público mais próximo para oferecer atendimento à
mulher em situação de risco, facilitando o acesso,
o deslocamento, a atuação em rede e a minimiza-
ção da rota crítica. Para tanto, além do mapea-
mento das psicólogas e advogadas, mapeia-se
todos os serviços da Rede de Enfrentamento à Vio-
lência contra as Mulheres de todo Brasil como Dele-
gacias da Mulher, Centros de Referência e Defen-
sorias Públicas. Assim, facilita-se a articulação entre
setores públicos e organizações da sociedade civil
para parcerias e outras construções, como a cria-
ção de protocolos de segurança para atendimen-
to e a capacitação das profissionais que atuam no
campo. Esse diálogo é necessário para a eficiência
das intervenções que buscam o rompimento do
ciclo da violência, o atendimento qualificado e o
acolhimento de quem sofre violência de gênero:
“As diversas demandas da mulher extrapolam o
poder de resolutividade de um único setor, o que
requer um conjunto articulado de ações interseto-
riais” (ERDMANN et al, 2014).
O terceiro pilar metodológico é o cuidado e
a diligência. No cadastro das profissionais voluntá-
rias avalia-se seu registro profissional, seu compro-
metimento com o código de ética e a gratuidade
dos atendimentos, o respeito à identidade de gê-
nero e a não culpabilização da mulher. O Mapa
do Acolhimento possui como princípio transversal
a priorização da experiência da mulher, fortale-