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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT7: DIREITOS HUMANOS E DESIGUALDADES SOCIAIS
a capacidade dos Estados em reduzir as oportuni-
dades disponíveis para que os migrantes se deslo-
quem para outros países de forma documentada
e segura. Independentemente do custo para os
deslocados, cada vez mais o custo do contraban-
do de migrantes tornou-se a vida humana. A te-
mática em questão se justifica por sua relevância
social, por tratar-se de um fenômeno complexo
com implicações no cenário brasileiro e argentino,
pela carência de estudos relacionados ao tema e
seus desdobramentos, assim como a incidência di-
reta de temas correlatos, a exemplo: globalização,
fronteira, cooperação internacional, entre outros.
O fato é que, desde o ano de 2010, ambos os paí-
ses passaram a ser destino do significativo fluxo de
deslocamentos de migrantes, sobretudo de haitia-
nos e senegaleses que se deslocam de forma in-
documentada, acentuando a atuação dos coio-
tes. Compreender as políticas internas adotadas
pelo Brasil e Argentina voltadas ao enfrentamento
do contrabando transnacional de migrantes, bem
como averiguar se há cooperação entre ambos
os países, no intuito de enfraquecer a rede crimi-
nosa dos coiotes, contribuirá para o fortalecimen-
to de mecanismos de prevenção e proteção da-
queles que migram, e que são os principais atores
sociais no cenário desolador da maior crise migra-
tória existente no cenário internacional. A partir da
necessidade da mantença da vida destes atores,
os contrabandistas vislumbraram uma possibilida-
de de exploração econômica, em razão da lacu-
na política e jurídica existente na América do Sul,
sobretudo no tocante a abertura/fechamento e
proteção de fronteiras, cooperação transnacional
entre países fronteiriços. O tema em torno do con-
trabando de migrantes se apresenta pelo diálogo,