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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT7: DIREITOS HUMANOS E DESIGUALDADES SOCIAIS
da universidade em relação ao centro da cidade.
Após, a realização da matrícula os primeiros desa-
fios foram surgindo, como moradia, alimentação
e transporte. Passado o impacto da chegada ao
município de Uruguaiana, ao longo do primeiro e
segundo semestre, os desafios da inserção e da
permanência no ensino superior foram aumentan-
do. Entre as principais dificuldades, destacamos:
a estrutura da universidade, a construção das re-
lações e comunicação com professoras/es e co-
legas e dificuldades de compreensão de conteú-
dos, leitura, escrita e domínio dos equipamentos
eletrônicos. A fim de contribuir com o processo
de aprendizagem das/os estudantes indígenas,
foi disponibilizado um monitor ou monitora para
cada estudante indígena. No entanto, muitas são
as dificuldades encontradas pelas/os indígenas
ao se deparem com os conteúdos e com a exi-
gência das/os professoras/es, sendo a monitoria,
por vezes, insuficiente neste processo. A partir do
ingresso das/os estudantes indígenas na universi-
dade percebemos a complexidade do processo
educacional que estamos inseridas/os, no qual, a
universidade, com seu modo de avaliação pauta-
da na meritocracia não contempla as especifici-
dades de suas/es estudante. Por fim, entendemos
que a universidade tem o compromisso de produ-
zir conhecimentos e propor ações para melhoria
da qualidade de vida da população onde está
inserida, sendo, um espaço que promove a forma-
ção cultural e científica. No entanto, nos depara-
mos com um contexto universitário, que reproduz
um modo de ser único, não contemplando a di-
versidade e ignorando as referências culturais tra-
zidas por suas alunas e seus alunos. Deste modo,
compreendemos que a permanência e o sucesso