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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT6: POLÍTICAS PÚBLICAS, MOVIMENTOS SOCIAIS E DEMOCRACIA: LUTAS, AVANÇOS E RETROCESSOS
Jovens e Adultos. Os projetos educacionais deman-
dados por governos são direcionados para a for-
mação de mão de obra de grandes massas, a ser-
viço domercado e da produção. No início dos anos
2000, as discussões da educação do campo teve
a participação de movimentos sociais, indígenas,
quilombolas, os quais sinalizaram, “queremos parti-
cipar diretamente de nosso projeto educativo”. Os
projetos de educação, lançados por motivações
políticas são criticados pelos movimentos sociais e
deslocados das propostas de bases, desrespeitan-
do suas origens e não reconhecem a classe traba-
lhadora do campo e as etnicidades. Para Marx e
Engels (2006) o Estado não deve ser o educador do
povo e por sua vez, as escolas não devem sofrer
influência do Estado, ao contrário, o Estado deveria
ser educado pelo povo. Nessa perspectiva, Caldart
(2002) chama a atenção para omodelo de educa-
ção que atende aos interesses econômicos. A edu-
cação do campo é uma luta pelo direito de pensar
para aquele povo, vincula-se à sua cultura, às ne-
cessidades humanas e ao respeito na continuida-
de da luta histórica. As entrevistas aplicadas para
três representantes do setor de educação do MST
e foram questionados: em que medida os agentes
do estado, os governos, do Paraná reconhecem
as Escolas Itinerantes? Suas falas caminham na se-
guinte direção: o MST por meio da associação de
reforma agrária realiza convênio junto ao estado
para o repasse de verbas a fim de garantir o fun-
cionamento das Escolas Itinerantes, o governo por
sua vez, aprova o convênio repassando os recursos
com meses de atraso, recursos estes destinados ao
pagamento de professores e materiais didáticos. A
Escola Base
2
, um único colégio base que se vincu-
2 Escola Base é escola em funcionamento e regida pelo estado, a